Eu conheci o que era o homem e o sexo quando tinha quatro anos de idade. Saíra mais cedo da escolinha e a mãe de uma coleguinha me deu carona até em casa. A porta estava aberta, então fui entrando, com meus passinhos leves e apressados. Deixei a mochila rosa sobre o tapete da sala e corri para a cozinha. Só então ouvi vozes, sussurros e gemidos, vindos do quarto dos meus pais. Empurrei a porta devagarzinho, e o que vi me impressionou.
Meu pai, de pé. Minha mãe, de joelhos. Ela tomava-o na boca com carinho, desejo e devoção. Ele a olhava com algo parecido com clemência, e certa gratidão, empurrando sua cabeça para frente e para trás, ao bel prazer.
Eu não sabia que era errado olhar, então fiquei ali até cansar. Meu pai estava de frente para mim, e se me viu, me ignorou. Ele era um homem lindo, de corpo perfeito, esculpido pelo trabalho pesado de ajudante de obras. O queixo grosso e comprido, com uma covinha no meio, mostrando sempre uma altivez soberba.
4 de novembro de 2009
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